quarta-feira, 9 de junho de 2010

Monogamia x Poligamia


Bom, hoje eu trarei para o blogg uma discussão interessante, sobre o condicionamento ocidental acerca da monogamia, considerando portanto, de acordo com os padrões católicos que poligamia em nosso país é crime, no entanto ao estudarmos a constituição, vemos que mesmo sendo crime a poligamia ou a traição conjugal, se fez tão constante em nossa sociedade que a punição não é mais tão rígida, hoje ninguém vai preso por que traiu ou por ter vários parceiroas(as).

No entanto, em contraste observamos uma sociedade africana, aquela em que as mulheres são entregues ainda crianças ao marido e delas são retirados o clitóris, esta sociedade é basicamente poligâmica, a base do trabalho é feminino e elas não admitem serem únicas esposas dos respectivos maridos por que o trabalho é tanto e tão pesado, que sendo várias há possibilidade de divisão do trabalho. Logo, a sociedade é sim machista, o marido pode escolher quais dias dormir com quais esposas, não executa absolutamente nenhum serviço dentro de casa e leva uma vida extremamente confortável.

O confronto de realidade aqui é bem extremo, mas se observarmos e estudarmos antropologicamente aquela sociedade africana, veremos que as mulheres são felizes, dentro dos padrões do que é felicidade para elas, que obviamente não é o mesmo que o nosso, aqui entra então a tão conhecida relativização.

A minha grande indagação é: Se há sociedades em que a mulher se encontra em plena satisfação dividindo o seu afeto entre outras esposas na mesma situação e dividindo o seu respectivo marido, será possível então que o nosso ciúme, o nosso padrão de casamento e relação monogâmica, nos tenha sido imposto e que tendo assim nos sido condicionado, seríamos então capazes de nos abster dessa concepção de só sermos felizes se possuirmos alguém só para nós?

Entra aqui em questão não só uma discussão machista, mas feminista, onde coloco a tona questões de cunho moral, permitindo não só ao homem ter várias mulheres, mas a nós mulheres também. Imaginemos então como seria a nossa sociedade se fosse estruturada dessa meneira? Seria um caos, sem grandes demandas de raciocínio, não?

Bom, eu levo ainda a indagação de que o ciúme, a possessividade, exclusivismo podem ser fatores extrínsecos a nós, que com a estruturação da sociedade ocidental e a então criação de um padrão de relacionamentos e de família possa nos ter sido enraízados, de tal modo que acabaram se tornando sentimentos intrínsecos a nós com o passar do tempo. Se possuirmos assim essa concepção, se torna fácil trabalhar esses sentimentos em busca de algo que seja humanamente possível, ou seja, compreender melhor a nós mesmos e as outras formas de sociedades que nos cercam. Afinal, eles são tão humanos quanto nós, nem mais ou menos felizes.

O fato é que somos capazes de nos adaptarmos aos mais variados estilos de vida, padrões morais e éticos, haja visto que não existe uma eticidade universal, não há como se estabelecer um padrão universal se considerarmos que os fatores históricos, locacionais têm extrema influência nas organizações sociais.

Fica a questão no ar, será possível passados esses séculos de condicionamento comportamental, nos abstermos do ciúme, do desejo de exclusivismo? Será que nós consegueríamos nos abster desse até então "condicionamento" e ainda sermos felizes? O que é então o ciúme para nós? Você se imagina vivendo sem o ciúme? Você se imagina sendo um dos muitos conjuges do(a) seu(ua) esposo(a)?

Será que realmente faz sentido a frase: "Ninguém é de ninguém? "ou "Eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também?"

Você seria capaz de ser feliz dessa maneira? Se não, então terá a sua felicidade sido condicionada a um exclusivismo imposto como padrão? Sua felicidade é padronizada? O que é felicidade? Você aceitaria uma traição? Você acha que a traição masculina é mais bem aceita na sociedade do que a feminina? Por que? Mas o que é traição?

Seria fácil, fácil se eu obtivesse as respostas a essas perguntas, mas como Sócrates eu me atenho a indagar, a plantar a semente da dúvida, assim como ele eu vejo muito mais sentido nas perguntas do que nas respostas. Assim, deixo a importância da maiêutica de Sócrates, que consistiu num autêntico parto de ideias pois, mediante o questionamento dos seus interlocutores, Sócrates levava-os a colocar em causa os seus "preconceitos" acerca de determinado assunto, conduzindo-os a novas ideias acerca do tema em discussão.

Termino o post com uma última frase do mestre para reflexão:

"Conhece-te a ti mesmo".

2 comentários:

  1. Nossa, como tu escreve bem, heim!!!

    Quanto ao texto, a monogamia é considerada por alguns cientistas como uma coisa extremamente rara, tendo em vista que somente cerca de 5% dos mamiferos são assim considerados.
    Embora na natureza a poligamia seja algo completamente normal, para o humano esse ato é visto de várias formas diferente. Seja por influência cultural, religiosa ou simplesmente por pensarmos diferentes.
    Conheço pessoas que tem um relacionamento aberto (beeem aberto) em que cada um pode fazer o que quiser e com quem quem quiser (mesmo com indo de contra com os princípios da nossa sociedade). Assim como conheço outros em que sequer conseguem imaginar o seu parceiro (a) com outra pessoa.
    Além disso, o conceito de poligamia, pelo menos para mim, não está muito claro.
    Fulano só é de fato poligâmico se chegar a um relacionamento sério com mais de uma pessoa? E se ele se tiver traindo seu cônjuge esporadicamente, podemos colocá-lo na mesma categoria?

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  2. bom..rsrs obrigado Be!

    a poligamia é caracterizada pela união estável com vários conjuges, e a traição é aquilo o que nós já conhecemos, eu concordo com vc e teus dados e pontos de vista apresentados são interessantissimos, mas para mim a questão gira em torno de numeros, de ter alguem ou varias pessoas, essa é a problemática maior que paira o assunto! rs

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